Fatores que causam a infertilidade

OVÁRIOS

Problemas na ovulação são causas comuns de infertilidade, sendo responsáveis por 25% dos casos de infertilidade. A ovulação envolve a liberação de um óvulo maduro de um dos ovários. Após a ovulação, o ovário produz o hormônio progesterona que prepara o útero para a implantação do embrião. Em casos de ciclos menstruais normais, a ovulação deve acontecer. Ciclos com duração de 24 a 34 dias (do início de um período menstrual ao ciclo seguinte) são geralmente ovulatórios.

O médico solicita uma ultrassonografia transvaginal para acompanhar a ovulação. Este exame avalia a formação dos folículos, que são bolsas preenchidas de líquido localizadas sob a superfície do ovário que contem os óvulos imaturos.

Caso a ovulação não esteja ocorrendo, o infertileuta pode solicitar exames para investigar a razão e prescrever medicações para induzir a ovulação.

Algumas pacientes, mesmo jovens, apresentam má qualidade oocitária ou até falência ovariana. Pesquisas estão sendo feitas para identificar as causas e propor tratamentos mas fazer uso de banco de óvulos ou programa de ovodoação compartilhada ainda são as únicas alternativas.

 

TROMPAS

Trompas permeáveis e funcionais são necessárias para que ocorra a gravidez, e existem exames que determinam estas características. Os fatores tubários, assim como os fatores que afetam o peritônio, são responsáveis por 35% dos problemas de infertilidade. O exame histerossalpingografia (HSG) pode ser realizado para avaliar as trompas e o útero. Embora alguns problemas tubários sejam corrigidos por cirurgia, pacientes com trompas muito danificadas terão melhor chance com tratamentos como a Fertilização in vitro (FIV). Por conta do fato das trompas muito danificadas se encherem de líquido (hidrossalpinge) e levarem a baixas taxas de gravidez na FIV, pode-se recomendar a remoção das trompas antes da FIV.

 

SÊMEN

Em aproximadamente 40% dos casais inférteis, o fator masculino é o único fator ou contribui para a causa da infertilidade. Assim, a análise seminal é uma etapa essencial na avaliação masculina. Outros exames hormonais e genéticos podem ser necessários, dependendo do tipo e severidade das anormalidades encontradas nos exames preliminares.

Caso sejam observadas anomalias seminais, podem ser necessários tratamentos como antibioticoterapia para infecções, correção cirúrgica de varicocele (dilatação de veias no saco escrotal) ou obstrução; ou medicamentos que estimulem a produção de espermatozoides. Em alguns homens, pode ser necessária a obtenção de espermatozoides diretamente dos testículos através de cirurgia.

Em alguns casos, não se encontra a causa da má qualidade espermática. Pode-se recomendar inseminação intrauterina (IUI) ou IVF para corrigir esta falha. Caso não sejam encontrados espermatozóides na análise seminal ou no procedimento cirúrgico (aspiração de epidídimo ou biópsia de testículo), podemos usar doadores de esperma através dos bancos de sêmen.

 

IDADE

Retardar a gravidez é uma escolha comum da mulher atual. O número de mulheres entre 30 e 40 anos que querem engravidar vem aumentando nos últimos anos. A paciente que opta por retardar a maternidade, pode não ter noção que a fertilidade feminina diminui significativamente depois dos 30 anos.

A fertilidade diminui com a idade porque poucos óvulos permanecem nos ovários e mesmo a qualidade dos óvulos que restam é pior do que quando se era mais jovem. Existem exames hormonais que determinam a reserva ovariana, um termo que significa o potencial de fertilidade relacionado à idade. Outro método comumente solicitado para avaliar a reserva ovariana é o uso de ultrassonografia transvaginal para se determinar a contagem de folículos antrais (AFC).

Mulheres mais velhas tendem a ter uma resposta menor às medicações indutoras da ovulação e uma taxa de aborto maior que mulheres mais jovens. A chance de formar um embrião cromossomicamente anormal também aumenta com a idade. Por conta do efeito marcante da idade na fertilidade e gravidez, é comum que casais mais velhos iniciem o tratamento de fertilidade mais rápido e, em alguns casos, que sejam submetidos a procedimentos mais complexos. Em tratamentos sem sucesso, existe a opção de doação de óvulos. O processo de ovodoação está associado a uma maior taxa de gravidez, independentemente da idade da paciente receptora. Atualmente, existe a possibilidade de doação de embriões.

 

ÚTERO

Patologias cervicais podem influenciar na fertilidade, mas raramente são a única causa. É importante informar ao médico o resultado de biópsias, cirurgias, congelamentos, tratamentos a laser ou preventivos anormais. Os problemas cervicais são geralmente tratados com antibióticos, hormônios ou IUI e FIV.

Os problemas uterinos podem interferir com a implantação do embrião ou aumentar a incidência de abortos. O exame de histeroscopia pode revelar defeitos na cavidade uterina como pólipos, cicatrizes, fibrose ou cavidade uterina de formato anormal, que devem ser corrigidos antes da FIV.

 

ENDOMETRIOSE

O fator peritoneal refere-se às anormalidades que envolvem o peritoneo como aderências e endometriose. Endometriose é uma patologia na qual o tecido que normalmente cobre o útero começa a crescer fora do útero. Este tecido pode se alojar em qualquer estrutura na pelve, incluindo os ovários, e é encontrado em 35% das mulheres inférteis que não apresentam outra causa identificada de infertilidade. A endometriose é mais comumente encontrada em mulheres que apresentam infertilidade, dor pélvica e dor no ato sexual. Esta patologia pode afetar a função dos ovários, reserva ovariana, função das trompas e implantação embrionária.

Laparoscopia é um procedimento cirúrgico minimamente invasivo que é realizado para diagnosticar e tratar aderências e endometriose.

 

INFERTILIDADE SEM CAUSA APARENTE

Em aproximadamente 10% dos casais que buscam a gravidez, todos os exames realizados são normais e não existe uma causa definida para a infertilidade. Em uma parcela muito maior de casais, somente uma pequena alteração é encontrada, mas não severa o suficiente para causar a infertilidade. Nestes casos, a infertilidade é chamada de SEM CAUSA APARENTE. Casais assim identificados podem ter má qualidade oocitária, fertilização anormal dos óvulos, alterações genéticas, função tubária comprometida ou alterações espermáticas que são difíceis de diagnosticar e/ou tratar. Nestes casos uma investigação criteriosa dos hábitos de vida do casal deve ser realizada quanto ao uso de medicações, fumo, álcool, drogas, alimentação, profissão que podem de alguma forma interferir com a fertilidade.

Medicamentos e IUI tem sido indicados para casais com infertilidade sem causa aparente com algum sucesso. Caso não se obtenha a gravidez recomenda-se tratamento de FIV que se mostra mais eficaz para estes casos.

 

ALTERAÇÕES GENÉTICAS

Alguns homens e mulheres carreiam anormalidades genéticas que os tornam menos capazes de gerar filhos e mais propensos a abortos. Um exemplo é a translocação, um rearranjo do material genético. Estes “defeitos” podem muitas vezes ser identificados por testes genéticos. Alguns casais podem ter uma doença familiar e querem impedir que esta seja passada a seus descendentes. Em casos mais específicos, um tratamento de reprodução assistida denominado Diagnóstico Genético Pré-Implantacional (PGD) pode ser realizado em conjunto com a FIV. O PGD permite que o casal tenha o perfil genético dos embriões antes da sua transferência ao útero.

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